Historial da Filarmónica Estrela do Oriente

A Filarmónica Estrela do Oriente, fundada em 1878 pelo Padre Dinis Inácio Machado, tem ocupado um lugar de destaque no panorama musical açoriano e nacional. Ao longo da sua existência, tem participado em inúmeros eventos por todo o país, bem como em diversas deslocações ao estrangeiro. As suas atuações, reconhecidas pela qualidade e rigor artístico, refletem um repertório rico na tradição musical açoriana, culminando no lançamento do seu primeiro CD, em 2004.

Origem e Primeiros Anos

Inicialmente denominada Lira de Nossa Senhora do Amparo, a instituição homenageava a padroeira da freguesia de Algarvia, concelho do Nordeste. Constituída por 14 músicos, era dirigida pelo Maestro Manuel Silveira Machado, natural de Rabo de Peixe. Em 1900, já contava com 29 executantes, sob a direção de Ernesto Medeiros Borges.

A 8 de setembro de 1905, após as festividades em honra da Padroeira, a Lira encerrou inesperadamente a sua atividade. Porém, em 1906, por ocasião do tradicional Cortejo dos Reis, os músicos reuniram-se espontaneamente e voltaram a atuar, reacendendo o entusiasmo da população. Reconhecendo esse movimento, o Padre Dinis Machado reorganizou o grupo, dando origem à Filarmónica Estrela do Oriente, nome escolhido por coincidir com o dia da Epifania.

Doações, Crescimento e Reconhecimento

Em 1936, a instituição recebeu um instrumental totalmente novo, oferecido por Deolinda Cabral, emigrante natural da Feteira Pequena e radicada nos Estados Unidos da América.

Reconhecida como Instituição de Utilidade Pública desde 1996, a Sociedade Recreativa Filarmónica Estrela do Oriente tem investido na formação musical de jovens e na preservação do património musical micaelense. Esta dedicação tem permitido a sua presença regular em eventos regionais e nacionais, bem como a realização de intercâmbios culturais com várias filarmónicas. Destacam-se as deslocações à Madeira (1993, 2002 e 2009), Terceira (1995), Santa Maria (1997), Pico e Faial (2000), Estados Unidos (2001), São Jorge (2004), Castro Marim (2005), Pico (2006) e Fronteira, Alentejo (2008).

A 7 de novembro de 2004, lançou o seu primeiro CD sob direção musical do Maestro Manuel Arruda Simões.

Homenagens e Marcos Importantes

A 18 de julho de 2009, os músicos David Ernesto Amaral Couto e Luís Amaral Couto foram distinguidos com Diplomas de Mérito Municipal, reconhecendo mais de quatro décadas de dedicação. Nesse mesmo ano, a freguesia de Algarvia homenageou a Filarmónica com a sua medalha oficial.

Em 2012, realizou uma digressão ao Norte de Portugal, incluindo atuações em Murça, e visitou Zamora, em Espanha. Em 2014, marcou presença nas festas de Santa Catarina, Praia da Vitória.

A 24 de julho de 2015, lançou um livro sobre a sua história, da autoria do Dr. Adélio Amaro, descendente da freguesia de Algarvia.

Em 2016, realizou um intercâmbio com a Filarmónica de Chãs (Leiria), destacando-se a atuação nas Capelas Imperfeitas, no Mosteiro da Batalha. Em 2017, foi anfitriã da mesma filarmónica no concelho do Nordeste.

Em 2018, celebrou 140 anos de atividade, contando então com 36 músicos e 10 aprendizes, sob direção do Maestro Luís Silveira.

Atuação Recente

A 18 de janeiro de 2020, participou no programa Atlântida da RTP Açores, transmitido a partir da Vila do Nordeste.

Em 16 de junho de 2022, integrou as Grandes Festas do Corpo de Deus na Vila da Povoação, participando na procissão e num concerto.

A 11 de fevereiro de 2023, organizou o I Encontro de Estrelas em Santo António de Nordestinho, reunindo três filarmónicas com “Estrela” no nome.

Entre 27 e 30 de abril de 2023, realizou um estágio de Orquestra de Sopros e Percussão orientado pelo maestro e compositor Nuno Osório.

A 4 de fevereiro de 2024, participou como convidada nas comemorações do 137.º aniversário da Filarmónica Estrela D’Alva.

De 21 a 28 de agosto de 2024, representou a região nas Grandes Festas do Divino Espírito Santo de Nova Inglaterra, em Fall River (Massachusetts), participando em cortejos, procissões, concertos e cerimónias oficiais.